Depois de 10 anos vocacionado ao negócio de venda de roupa usada, Belito Agostinho, 28 de anos, resolveu escrever uma nova página na sua vida, passando a trabalhar como carpinteiro na própria oficina por ele montada, na sua residência, situado na vila sede do distrito de Ribáuè, província de Nampula.
Desde então, está focado em consolidar o seu negócio e, por isso, também coloca seus produtos, janela e portas, num dos principais mercados da vila, onde, outrora, vendia roupa usada, popularmente conhecido como calamidade. A ideia, segundo Belito, é aproximar-se dos clientes ao invés de esperar que estes o achem, fazendo jus o ditado “Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha”. E porque quem procura acha, Belito chegou a ganhar um trabalho estimado em 40 mil meticais (5 vezes salário mínimo nacional do sector público), que consistiu no fabrico e montagem de janelas e portas numa residência outrora em construção.
“Para abrir a minha carpintaria eu investi as minhas poupanças do meu negócio de venda de roupas de calamidades. Era no total 10 mil meticais [pouco acima de um salário mínimo nacional do sector público], que usei para comprar as ferramentas para trabalhar a madeira, como por exemplo, a plaina, o berbequim, rebarbadora, serrote, esquadria e fita métrica. Depois comecei a trabalhar com estas máquinas”, disse o empreendedor.
Volvidos dois meses gerindo o seu próprio negócio, Belito acolheu um jovem aprendiz interessado no mesmo ofício e diz pretender montar e ampliar a sua oficina à beira da estrada, num espaço adquirido recentemente com rendimentos provenientes do novo trabalho que desenvolve.
“Tem muitos jovens desta zona que querem aprender esse trabalho, mas não sabem como fazer e outros não tem oportunidades, porque realmente são muitas pessoas. Então, depois da minha nova oficina começar a funcionar, eu quero ensinar a outros jovens a saber trabalhar com a carpintaria”, detalhou Belito Agostinho – um empreendedor que aprendeu este ofício graças ao projecto SIM! (Competências para Jovens em Moçambique), promovido pela HELVETAS com financiamento da Cooperação Suíça em Moçambique.