Em 2015 Amândio Maximino recebeu de seu pai 0,5 hectares de terra (5000 m2), para iniciar a produção agrícola. Vendeu parte da parcela e somou o valor a renda proveniente do seu negócio de peixe e roupa usada. Na verdade, nessa altura Amândio fazia de tudo um pouco, procurando obter ganhos de todas actividades. Alfabetizado, ele não sonhava em dedicar-se plenamente a actividade agrícola, como comumente acontece com as pessoas minimamente escolarizadas em Moçambique.
Nesta luta pela melhoria das condições de vida, Maximino participou, em 2017, em actividades de Recenseamento Geral da População e Habitação na qualidade de escrutinador, tendo depois passado a observador. No ano seguinte, 2018, trabalhou para Visão Mundial, auferindo um salário mensal de 650 meticais.
Ainda neste mesmo ano, Amândio foi seleccionado pela HELVETAS para trabalhar como provedor de serviço, durante o lançamento do projecto AMCANE (Amendoim, Castanha e Pequenos Negócios Sustentáveis). As habilidades de escrita e de comunicação do Maximino impressionou, sobremaneira, o pessoal técnico do projecto e, por essa razão, ele foi treinado sobre a produção de amendoim e caju, tendo também recebido orientações para gestão de negócios agrícolas.
“Em 2019 decidi aumentar a minha área de produção de amendoim e caju para 1,5 hectares (15.000m2). Na campanha agrícola de 2021-2022, vendi cerca de 100 quilos de amendoim e 300 quilos da castanha de caju e recebi o valor de 4.950 meticais e 16.500 meticais, (respectivamente)”.
Com o valor arrecadado, o agora produtor agrícola adquiriu uma mota para realizar actividades de taxi e assim diversificar a sua fonte de geração de renda. Simultaneamente, passou a trabalhar como Provedor Local de Serviços Agrários (PLSA), prestando diversas actividades na área de comercialização de produtos agrícolas, assim como de extensão, montagem de campos de demonstração de tecnologias e condução de réplicas de treinamentos promovidos pelo projecto AMCANE.
“Melhorei muito a minha vida. Consegui construir a minha casa onde vivo com os meus filhos e esposa. Também consegui ter criação de galinhas e cabritos. Uma parte dos animais usamos para consumir e a outra parte, vendemos,” detalhou o Provedor, mostrando-se feliz por ter proporcionado um ambiente de diversão na sua comunidade através de uma sala de cinema improvisada, alimentada por um painel solar.
Actualmente, Amândio tem cerca de 57 Cajueiros, dos quais 17 produtivos e 40 recentemente plantados. Membro da cooperativa Okhalihana de Chacas, composta por 50 produtores, Amândio Maximiano deseja formar-se em agronomia e estabelecer uma loja de venda de produtos de mercearia e insumos agrícolas, afinal de conta ele “aprendeu que agricultura é negócio”.