Nos últimos quatro anos, a AMCANE (AMendoin, CAjú e NEgócios sustentáveis) um projecto financiado pelo Liechtensteinischer Entwicklungsdienst (implementado e coordenado pela HELVETAS Moçambique em parceria com a Fundação Aga Khan (AKF) e PAKKA, tem vindo a promover a produção orgânica em cooperativas de produtores em alguns distritos de Cabo Delgado (distritos de Balama, Namuno e Chiúre) e Nampula (distritos de Eráti, Meconta, Monapo e Mugovolas).
A razão para promoção da produção orgânica, principalmente da castanha de caju, prende-se com a distribuição de químicos feita pelo Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM) que não beneficia a maioria dos produtores do sector familiar; chegada tardia de químicos e muitas vezes em volumes insuficientes para cumprir cabalmente com os tratamentos que a cultura de caju demanda. Outrossim, os químicos quando mal manuseados podem ser prejudiciais à saúde dos produtores e para o meio ambiente.
Em 2021, a HELVETAS Moçambique, em parceria com a Eco Energia (Ouro Verde) e AKF/COSEBO, seleccionou 782 membros de cooperativa que operam próximo à quinta da Eco Energia (Ouro Verde) em Ocua, distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, que preenchiam os requisitos mínimos para participar numa auditoria externa de certificação orgânica e de comércio justo conduzida pela EcoCert, África do Sul.
Resultados alcançados:
- Dos 782 membros de cooperativas de produtores seleccionados, 630 cumpriram com os requisitos, dos quais (165 Mulheres e 465 Homens) foram aprovados pela EcoCert (África do Sul) e se receberem a certificação, poderão comercializar cajus e amendoins como produtos orgânicos a um preço mais elevado em comparação com outros produtores convencionais que ainda utilizam produtos químicos para o controlo de pragas e doenças para estas culturas agrícolas.
- Foram feitas recomendações a cerca da colheita, armazenamento e transporte de produtos, só para citar algumas, que devem ser cumpridas até abril de 2022;
- A Eco Energia assinou contratos com 6 cooperativas de produtores (Cooperativas de Mucuegera, Nacole, Nacivare, Chacas, Katapua e Murrima) que resultaram no fornecimento, numa fase experimental, de 7 toneladas de castanha bruta (cerca de 1tonelada/cooperativa) em processo de certificação orgânica. A empresa pagou pela castanha das cooperativas 49,45 meticais/kg contra 40-43 meticais/kg pagos por outros compradores a produtores não membros de cooperativas que tratam os cajueiros na base de químicos.